segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

O menino e um fusca

Meados de 74, até acordei meio cedo, para um domingo ensolarado. Era pouco mais das 6:00 horas da manhã, minha vó (Luiza) preparava alguns lanches numa caixa de isopor não muito grande, tia Lina arrumava numa sacola de palha seus apetrechos de praia,esteiras, bronzeador daqueles pra queimar mesmo, pois na época ninguém se importava com os tais protetores! e outras bugigangas mais.
 Comecei a entender o que viria adiante, mas só observava a correria e comecei a entender por que tio Dirceu tinha lavado seu fusquinha 66 miliduque branco-sujeira de rodinhas gordinhas, no dia anterior, ele era tão minucioso no trato, que no lugar dos frisos cromados ele colocava fitas tipo isolantes, mas coloridas, colocou no interior do carro as capas de chenille amarelo ouro. Talvez dali que veio a minha paixão por fusca, pois lembro de cada detalhe do Besouro( bola de câmbio com um sirí)e dois dadinhos uma esteira de bambu debaixo do painel um rádio que pegava até FM e lembro também que havia uma luz azul que acendia toda vez que pisava no freio que iluminava embaixo do painel.
O endereço era uma casa simples, mas muito feliz! Na Rua Paulo de Moraes junto Av. do Cursino Bairro simples da Zona sul de São Paulo com casas baixas ruas de paralelepípedos e bem arborizadas naquela época.
Logo chega outro tio (Caetano) estava chique: calça boca larga camisa listrada meio aberta, fora os óculos... O carro era lindo Ford Corcel 4 portas luxo 74 azul metálico, tinha até toca-fitas TKR (cara preta).
Tio Caetano guarda o carrão novo que era da empresa a qual ele trabalhava (Laboratório Climax), e passou a mão na minha cabeça e dizendo: Vamos pra praia? Ai com belo sorriso confirmei a expectativa de horas antes!
 Tudo pronto minha tia Ninica reclamando naturalmente para meus tios irem devagar pois tinha medo da serra e juntado nós ¨6¨   (eu,tio Caetano,tio Dirceu,Tia Lina,Tia Ninica e o Fusquinha 66) mais as tralhas de bate-volta!
Pegamos rumo a Praia Grande-Sp. Avenida do Cursino, Dom Vilares, que era uma descida ingrime  conhecida como Três Tombos!Imaginem a origem do apelido! Para dar acesso a Rodovia Anchieta! Lembrando que ainda não havia a Rodovia dos Imigrantes!

Sentado no banco da frente no colo da tia e irradiante e escutando o assovio do quebra-vento fico atento a tudo que se passa ao redor dentro e fora do besouro , logo poucos minutos de estrada ouço meu tio dizer: aqui que nasce os Fusquinhas e atento vejo aquele prédio ao longo da via, mas ao mesmo tempo fiquei decepcionado ao entrar no inicio da serra e ver o Tempo escuro fechado e chuvoso!Logo veio a idéia que algo não ia ser tão bom! E ficando ainda mais apreensivo quando minha tia pediu para eu abaixar na frente do carro para o policial-rodovíario não perceber minha presença de pronto! Até acho que isso era só para assustar, rsss.

Logo passado pelo posto de guarda continuei a viagem no meu local predileto! O chiqueirinho! Tempo chuvoso os tuneis longos e meu ouvido tapado dava um certo desconforto e de repente atrás da neblina surge ao fundo a cidade ensolarada, longe ainda porém já visível aos meus atentos olhos perplexos.
Chegando à beira mar começamos a retirar as coisas do carro e vejo meu tio tirando uma das calotas do Fusquinha até achei que tinha furado algum pneu! Porém ali ele guardava seus documentos e as chaves do carro.

Breve novos capítulos...



































Um comentário:

  1. Olha você entregando onde guarda-se as chaves e os documentos quando vai se a praia...estamos no aguardo dos próximos capítulos.

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